quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

NÃO SE AUTOMEDIQUE!


-Sempre vale a pena renovar essa advertência
-A 30 anos atrás era absurdo se pensar que a trivial aspirina pudesse causar alergias...


Automedicar-se é coisa que a humanidade tem feito praticamente desde que ela existe. É uma tendência que não se reverte advirta-se como se advertir ou mesmo verborreje-se a reprimenda que se verborrejar.
E por quê é assim? Dentre um elenco de motivos está o de que as pessoas simplesmente se arriscam. Muitas vezes não sabem que estão se arriscando outras o aceitam porque supõem que
calculam os riscos...
Risco calculado é um risco válido, entretanto o problema está em se saber o que se conhece para que se possa calculá-lo, isto é, um risco calculado pressupõe que a pessoa saiba bastante do assunto em que vai se decidir por um risco. No caso de medicamentos, o que as pessoas sabem é tão pouco que risco nenhum pode de fato ser calculado, apenas arriscado por se arriscar, o que faz do risco uma falta de prudência apenas...

Então vão aí os argumentos necessários do porque esses riscos significarem simplesmente essa falta de prudência.

-Médicos e muitos terapeutas holísticos estudam arduamente durante 5,6 ou 7 anos em tempo integral. Se pessoas sabem o que estão fazendo, e podem se automedicar com resultados adequados, então não faz sentido nenhum que esses profissionais da saúde venham a existir. Por lógica eles não seriam necessários, seria suficiente que houvesse apenas produtores de remédios e farmacêuticos ou balconistas de drogarias algo treinados.

-Segundo estatísticas, quase a totalidade da população e principalmente a população brasileira, se automedica... e segundo estatísticas o número de doenças e quantidade de doentes só vem crescendo... e não está claro que nisso há algo errado? Principalmente aumentou muito o numero de síndromes e doenças crônicas... e doença crônica é algo bem condizente com doenças mal curadas ou simplesmente mal tratadas.

Vejamos um exemplo muito banal: dor de cabeça? Corre-se á farmácia mais próxima e compra-se algumas aspirinas. Resultado: o numero de casos de alergia aumentou muito e continua aumentando quase que ameaçadoramente. Há cerca de 30 anos atrás no entanto, era absurdo dizer-se que a aspirina pudesse causar alergias, além de que tem causado sangramentos inexplicáveis, gastrites e alguns outros males menores, dificultando o diagnóstico médico em ambulatórios...
E qual é o próximo passo, o que pode vir a seguir? Pode ocorrer que num futuro bem próximo, o atendimento em pronto-socorros ainda aumente, sobrecarregando-os muito mais do que já estão, acrescentando-se aí muito mais casos do chamado choque anafilático que nada mais é uma forma aguda de alergia e que pode matar se providências não forem tomadas no curso de uma meia hora ou pouco mais.
Não acredita? Acha que está se fazendo “terrorismo” clínico ou coisa parecida? Apenas compare os dados e veja sua evolução: há 30 * anos atrás a aspirina era considerada um dos mais seguros medicamentos existentes, e doses muito menores eram necessárias, enquanto que no século 19 ela era obtida de cascas de árvores postas em fervura.... Como as coisas mudaram não é mesmo?

Veja-se agora o caso das “inofensivas” vitaminas. Elas são produzidas quimicamente em laboratórios farmacêuticos, tem aditivos químicos como conservantes, corantes e outras substâncias que podem causar e tem causado alergias, males por excesso e males por uso não indicado da própria vitamina em si, além de que são ineficazes em muitíssimas situações de automedicação, isto é, gasta-se dinheiro para nada, pura e simplesmente. Casos para ilustrar: ferro em excesso é muito tóxico e causa gastrites, problemas de fígado e até doenças graves como os desequilíbrios hormonais. O Magnésio tomado incorretamente será desperdiçado e poderá causar transtornos gástricos e intestinais, piorando quadro de saúde em vez de melhorá-los. Também foi verificado que o que o Magnésio faz é completar sua carência no organismo e estimular muitas funções curativas, entretanto, quando o doente para de tomá-lo, a doença vai retornando gradativamente... O Magnésio cumpriu sua função, porém ele por sí mesmo não é suficiente: é preciso descobrir o quê no organismo está fazendo perder o mineral, o quê está acarretando sua carência. Isso quer dizer que o seu melhor uso é como terapia de apoio. Perde-se Magnésio através dos órgãos de eliminação, perde-se por problemas metabólicos diversos, problemas digestivos (como a má absorção), doenças associadas, medicamentos incompatíveis, doenças inerentes**, maus hábitos inclusive os alimentares, carência de outro minerais que agem conjuntamente...

Não se pode tomar sais minerais ou vitaminas se houver problemas renais sem orientação médica de dosagem. Muitas vitaminas reduzem ou tem seu efeito reduzido por outros medicamentos ou substâncias como café, alcool... Há modos de se tomar, se não souber como, a simples água pode destruir muitas vitaminas sendo por ela oxidadas. Os complexos vitamínicos vendidos em farmácias tem formulação baseada nas necessidades diárias recomendadas. Quando há alguma doença entretanto, a necessidade por algumas vitaminas específicas é maior ou muito maior... se tomar os chamados complexos multivitaminicos, certamente não se terá a quantidade necessária para fazer frente à doença, ... Aumentando-se simplesmente a dose desses multivitsmínicos, irá se aumentar as outras que podem então fazer efeitos tóxicos como a vitamina D e a K que pode acelerar a tendência às tromboses.

Outro fato: as vitaminas, minerais e aminoácidos, trabalham, são metabolizados em grupos para fazerem seus efeitos benéficos, hoje isso está muito mais que consagrado. Exemplo: o ferro deve-se ser tomado com vitamina C, vitamina B12 e ácido fólico para que haja efeito terapêutico em anemias só para se ter um exemplo trivial. As funções bioquímicas no organismo se desenvolvem em "cascatas bioquímicas", qualquer substância que falte em qualquer etapa das cascatas, a "cascata" toda é prejudicada.

Até aqui só falou-se no uso dos medicamentos “menores” como um analgésico, vitaminas e sais minerais... O assunto é muito vasto e não há como falar sobre a complexidade total dos medicamentos de forma global. O problema é que as pessoas pouco se informam a respeito. Se artigos curtos são escritos, eles tem informações insuficientes para convencer, e se os artigos forem longos quase ninguém os lê. Aliás o problema da Homeopatia é semelhante: o pouco pouca coisa informa e o muito é coisa que aborrece!!!
Ainda, haverá os engraçadinhos que perguntarão: “e o médio, professor?” O médio é o que o seu próprio termo diz: é medíocre e faz pensar que se sabe muito.

Temos uma sociedade na qual é difícil solucionar problemas por culpa dela mesma em maior parte, sendo difícil mostrar a ela sua culpa, a bola de neve cresce, a Roda da Fortuna gira! (leia artigo no Blog Spirit e Allegoria)

Hoje em dia é muito mais perigoso automedicar-se do que no passado porque as doenças são mais complexas, os tratamentos são mais complexos, há mais complexidade na esfera dos medicamentos e suas interações***, há muito mais que necessita se sabido e paradoxalmente vê-se muito menor interesse em saber, a não ser a curiosidade manifesta por coisas triviais que dão prazer. A medida de todas as coisas estão em desequilíbrio...

Não se convenceu ainda? Bem, a bola está contigo...

* Na verdade, ouviu-se ainda num programa de TV, um médico famoso dizer que a aspirina é segura há uns dez anos atrás somente...

**Doenças específicas que continuamente depletam o Magnésio no organismo ou interferem na sua ação bioquímica.
*** A medicina sabe bem as interações entre 2 medicamentos alopáticos, muito pouco sobre 3, nada sobre 4 em diante... e pessoas tomam até 20 medicamentos diferentes quase que simultâneamente.
( Em breve será publicado o ponto de vista homeopático sobre esses medicamentos)

Ramutis Idika