terça-feira, 23 de dezembro de 2008

MEMÓRIA - Ela Enfraquece?

Pode considerar esse artigo como sendo "O CÉREBRO" - Parte 2 - O nosso cérebro é muito mais ajuizado, sabe o que faz, não se importa com nossos caprichos e confirma a teoria de que a Natureza se auto protege, se regenera, procurando o equilíbrio sempre..

É mais ou menos de opinião geral que nossa memória enfraquece principalmente à medida que nossa idade avança, principalmente quando vamos nos adentrando na velhice. Também se tem a opinião de que ela fica sobrecarregada por uso excessivo. Parece então que espaços nela começam faltar para armazenar novos conhecimentos ou parece que dados nela foram apagados: por isso não nos lembramos mais de determinadas coisas. Tem-se a noção de que ela “falha”, que não é tão boa quanto antes, que sua capacidade diminui tanto em armazenar ou reter dados armazenados e coisas assim.
É isso mesmo que acontece?

Essas perguntas já me intrigaram também. As pesquisas médicas nos dizem que não, a coisa não é bem assim e que o nosso cérebro é a última coisa que se deteriora quando alguém sofre de doenças fatais e já está em estado terminal por exemplo. O cérebro se auto protege muito bem com muitos mecanismos ainda desconhecidos. E isso tem inteira lógica porque ele é o órgão mais nobre de todos no organismo, o mais importante (e não o coração como se pensa), que comanda toda vida biológica individual, inclusive no campo psíquico que nos dá a noção de auto identidade, autoconsciência de sabermos que existimos, que estamos vivos, temos o nosso “eu”, e conhecemos nossos limites no espaço e tudo mais...

Um dia resolvi então fazer uma experiência. Tentei me lembrar de todos os artistas de cinema. Fiquei mais ou menos durante duas horas procurando na mente seus nomes, seus rostos, relacionar á época em que eles atuaram etc... Durante essas duas horas de um esforço que chegou a ser extenuante, mal consegui me lembrar de uns 50 nomes dos mais famosos. Quanto mais distante é a época em que trabalharam mais difícil estava para lembrá-los... Por fim desistí, cansado do esforço mental como já disse.

O que me ocorreu a seguir foi uma enorme surpresa. Durante uma semana mais ou menos, foram aparecendo em “flash” na minha mente os nomes de artistas que tentara me lembrar naquelas duas horas, e muitíssimos outros nomes de artistas que eu já “nem sabia que existiram”apareceram também. Lembrei-me de mais de 350nomes ao longo daquela semana. Mas, eu não procurava mais lembrar-me... já estava numa outra” como se diz... tinha “dado a experiência por encerrado e não se toca mais no assunto!”... Mas meu cérebro parecia dizer: - “Você pediu, aí está o que pediu, desculpe o atraso!”

Depois daquela semana fiquei com a sensação de que no nosso cérebro nada se perde, apenas tudo se reorganiza. Por quê então não nos lembramos no momento em que tentamos? Por muitos motivos. Dados de memória mais antigos e pouco usados são “jogados” numa espécie de “arquivo morto” do cérebro. Os neurônios que conduzem à lembrança ( trajetos de memória) acabam sendo reutilizados e se fazem novas ligações para atender necessidades mais contemporâneas, mais imediatas. Somos pessoas mal organizadas e vivemos em situações de permanente stress. Recebemos milhares de informações por dia, assumimos coisas demais para se fazer, muitas vezes acima das nossas limitações...e o nosso cérebro tem que organizar tudo isso sem reclamar!... e ele o faz!...geralmente às pressas como deve mas faz! Ele é muito mais inteligente do que se pensa!

O curioso é que parece que somos dotados de duas inteligências distintas uma da outra: a que nós usamos e a que ele, o cérebro, tem e usa. A nossa inteligência é mais bagunçada, relapsa, negligente... mas a dele é bem diferente, é precisa, muito mais lógica e organizada, não se prende a caprichos e superficialidades próprias da personalidade humana... não fosse assim, o nosso organismo seria a bangunça que somos de caráter e não poderíamos contar com a eficiência de nenhum órgão do corpo. Ficaríamos de hábito desconfiados do nosso coração, dos intestinos a nos pregar peças etc... Se o nosso cérebro é tão organizado e inteligente, e mesmo assim ficamos doentes, essa é a medida da nossa irresponsabilidade a qual tão dificilmente reconhecemos...

Então, já sabe o que fazer! Pelo menos em parte até aqui.

Ramutis Idika FR+C

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O CÉREBRO HUMANO

É o nosso cérebro que governa toda a nossa vida, todas as nossas atividade, todas as funções do nosso corpo. Ele é surpreendente - nos surpreende sempre! Quanto mais sabemos dele, mais nos surpreende. Ele é o exemplo máximo de organização, eficiência e adaptabilidade. Adaptabilidade é sua virtude talvez a mais surpreendente de todas e a que mais nos interessa neste blog e sobretudo neste artigo.

Podemos compará-lo a um diretor de uma imensa firma. Como nessa firma, ele atende todas as necessidades de todos departamentos, de todos os funcionários. Ele é notificado de tudo que acontece, e tenta resolver os problemas que lhe apresentam. Busca nos arquivos a resposta de como um problema foi resolvido há muitos anos atrás e volta resolver pelo método registrado. Se um problema, isto é, uma doença, no entanto se apresenta pela primeira vez, ele trabalha intensamente para resolvê-lo... e geralmente consegue e, em seguida, esse sucesso é devidamente registrado. Mas quando não consegue é porque geralmente nós interferimos no seu modo de agir ou na sua tomada de decisões. Quem lida bastante com animais, logo percebe, que eles ficam muito menos doentes que os humanos, e ainda menos ficam doentes os animais que vivem em florestas, soltos na natureza, coisa que concorda com a teoria dos terapeutas holísticos que afirma a Natureza ser auto suficiente e tende a se auto regenerar. Observe um cachorro por exemplo: anda na chuva, come coisas estragadas, não tem higiene, enterra um osso, horas ou dias depois o desenterra e o se põe a roer... nem por isso fica doente. Esse é um exemplo da adaptabilidade do nosso cérebro, que de certo modo “apreendeu” como lidar com essa situação e move os mecanismos de defesa do corpo.

Vejamos então, como nós interferimos nas ações do nosso cérebro.
Uma pessoa tem gastrite. Tem azia. Alguém disse que isso é excesso de acidez estomacal. Grande bobagem!!! O ácido clorídrico do nosso estômago, que serve para digerir os alimentos junto com enzimas, já é muito ácido, tem pH em torno de 2, e isso é muito ácido. Uma criança norte-americana tinha certa vez engolido uma moeda de cobre de 10 cents. Nada mais se podia fazer, era só esperar ela saisse pelos meios fisiológicos. Quando saiu, estava da espessura de uma folha de papel, enegrecida e quebradiça, atacada pela ácidez... Entretanto nos vendem uma substância farmacológica chamada anti-ácido. Quando nosso estômago “queima”, decidimos tomar esse anti-ácido. Nisso, digestão dos alimentos que estavam no estômago, devido à diminuição da acidez, se interrompe. O nosso cérebro é informado disso por células do aparelho digestivo que “medem” a acidez estomacal e “telefonam” avisando o cérebro. O cérebro toma então uma decisão conforme está nos arquivos de memória: a solução é “cobrar” efetividade das células que produzem o ácido como se tivesse sido dito: “recebi uma reclamação de que falta acidez aí! Que está acontecendo? Vamos trabalhar aí gente!”... As células do estômago então trabalham mais e produzem ainda mais ácido que antes de se ter tomado o tal anti-ácido. Isso se chama “efeito-rebote”. No início há um alívio da queimação, para em seguida se agravar. Anti-ácidos só agravam a doença contribuindo para que se torne crônica. Por quê? Porque o cérebro sabe o que faz, sem ácido clorídrico no estômago, não há digestão, não havendo digestão, o nosso corpo deixa de se alimentar, não se alimentando não teremos resistência orgânica e depois virá o agravamento da própria doença além de que outras surgirão em cascata...e possivelmente a morte!... Torna-se crônica a situação porque o cérebro tenta corrigir o que fazemos errado...

O nosso cérebro toma conta de nós. Nem precisamos saber que ele existe, ou que temos um estômago, ou intestinos... Saúde se traduz num bem estar tão completo que esquecemos ter um corpo para ficarmos livres e nos ocupar de outras coisas.

Outro exemplo de como interferimos nas ações do cérebro está expresso nos vícios. No vício do tabagismo por exemplo. O cérebro produz uma substância chamada SEROTONINA. Esta substância entre muitas funções, promove o BEM ESTAR que se traduz na sensação de PRAZER. A NICOTINA é uma substância quimicamente muito parecida à serotonina. A nicotina quando chega ao cérebro, ocupa o lugar da serotonina. Se a nicotina vem chegando regularmente aos lugares certos do cérebro, começa haver menor necessidade do cérebro em produzir a serotonina, porque os tecidos cerebrais passam a ”pedir” menos dessa substância ao cérebro. Com o passar dos anos, o cérebro programa uma produção fixa menor. É por isso que ocorre a chamada ”síndrome da abstinência”, porque o fumante se vê de repente sem nicotina e sem serotonina suficientes. Este é um aspecto da adaptabilidade do cérebro ... só que aqui a chamaremos de “adaptabilidade negativa”.

Muitas das substâncias alopáticas (medicamentos) agem da forma que age a nicotina no exemplo dado: promovem a adaptabilidade negativa. Isto também explica o porque de atualmente sermos mais frágeis e termos mais doenças que antigamente, e o porque de sermos menos resistentes que os animais.

Se nós não tomarmos antibióticos em doenças triviais como em casos de gripes, espinhas no rosto, pequenas infecções, ... se não corremos tomar analgésicos por qualquer pequena dor ou formos nos aventurando a tomar coragem e enfrentar mais as dores, iremos criando no organismo um “limiar de dor” maior e seremos mais resistentes a ela. Estaremos promovendo então a ”adaptabilidade positiva.” É sabido que de modo geral as mulheres são capazes de suportar melhor a dor que os homens, isto significa que elas sentem menos dor. É sabido que os homens, de modo geral, são mais covardes diante da dor, e sentem-na muito mais. Porém a modernidade está nivelando os dois gêneros, o masculino e feminino, à mesma condição de serem cada vez mais sensíveis à dor e necessitados de quantidades cada vez maiores de analgésicos para debelar uma dor. O nosso cérebro produz cada vez menos as endorfinas que amenizam ou suprimem a dor. É por isso que hoje tomamos muito mais analgésicos que no passado. No século 19, umas poucas miligramas obtidas por fervura de cascas de árvores como o salgueiro, já era suficiente. No futuro, teremos que tomar medicamentos ainda mais forts. Mas isso ainda tem um outro preço: aumento de alergias por aspirina por exemplo e outros males.

A Teoria da Evolução de Darwin, hoje já não mais teoria mas fato científico, demonstra claramente que o esforço aprimora os seres promovendo adaptabilidades cada vez mais refinadas e o seu contrário, as comodidades, “relaxam” os progressos feitos pelo esforço. Todos sabemos que um músculo inerte por algum tempo se atrofia.

Não é necessário que ninguém faça esforços exagerados. Não é isso que se está propondo. Está se propondo que se equilibre o ponteiro da balança que agora pende para o lado atrofiante do organismo. E é nisso que se põe dúvidas quanto à afirmação dos médicos alopatas que eles vendem saúde, estão na verdade vendendo muito mais comodidades do que saúde...

Ramutis Idika R+C