CURA- os dicionários registram essa palavra com significado de “ restaurar a saúde. Tornar-se livre de doenças, ofensas físicas ou psíquicas como o stress, as preocupações e mesmo os pecados. Tem sinônimo em purificar-se, promover higiene mental e física.. Encontrar um remédio ou ação que contra-ataque uma doença”.
A palavra contra-atacar aqui não está sendo usada apenas para definir o significado da cura. Ela tem desdobramentos importantes que apontam para a condição cultural predominante aqui no Ocidente. É do imaginário comum que qualquer doença é um ataque à saúde e nisso a saúde torna-se ameaçada pelo agente que ataca. Para isso é preciso contra-atacar o atacante, é preciso se defender dele, tanto do agente ameaçador quanto de suas conseqüências ou ditas doenças. É por isso mesmo que aqui no Ocidente tanto se privilegia ainda a Medicina Alopática. Ela tem os mesmos conceitos do imaginário geral. Melhor dizendo, ela é uma extensão desse imaginário, é herdeira dele, imersa no mesmo caldo cultural.
É difícil imaginar-se que uma doença possa significar o outro lado da moeda e, em vez de ser um ataque ao bem-estar orgânico, possa ser um afrouxamento da higidez por um desequilíbrio interno, uma desfuncionalidade por perda de articulações internas, uma falta de comunicabilidade entre diversas funções e atributos.
É claro que a idéia de perda de equilíbrio interno está já bem aceita pela classe médica alopática existente, e mesmo por boa parte da população, entretanto há uma dicotomia: doença é algo que se sofre, é algo de que se é vítima , é algo que agride, por isso é algo que se combate face a face, é algo que se destrói eliminando-se, é algo a que se opõe um remédio ou medida alopática, é uma luta dos contrários, pois “allos” = diferente + “pathos” = doença.
Essa visão de um olho só sedimentou uma medicina que enxerga a cura de doenças de forma um tanto errática. Quando um médico amputa uma perna gangrenada, por exemplo, ele diz que uma doença foi curada, pois eliminou o agressor ao bem estar físico. O agressor foi eliminado sem dúvida mas levou consigo uma parte importante do agredido. Não podemos dizer então que a condição anterior, a condição original que se exprimia em saúde foi restabelecida. Algo nessa saúde se perdeu, no caso a perna. Portanto o bem estar integral não foi alcançado. Não houve de fato cura, houve um sacrifício em benefício do restante da saúde.
Cura significa restabelecimento, recomposição, reparo, reposição do original, regeneração (gerar de novo), devolver à condição original, devolver a funcionalidade, restaurar comunicabilidades internas e externas, devolver o equilíbrio. Nada disso ocorre com a perda da perna. Uma perna amputada não é mais funcional. Uma perna mecânica em substituição é um remendo, um consolo apenas, um anteparo, muleta mais sofisticada.
A visão errática sobre o que é uma cura, trouxe consigo uma definição errática de uma desfuncionalidade orgânica ou psíquica. Acometida de algum desses males se diz que a pessoa está doente, ou, em outras palavras, ela está cheia de dores já que palavra doença deriva do termo dor. Num estado de morbidez a coisa que mais incomoda é a dor. O alívio então é almejado. Por isso é que por demais frequentemente se confundo alívio com cura, e mesmo é comum pessoas optarem por alívio em vez da cura, consciente ou inconscientemente. Como já dito, nossos médicos alopatas tem a mesma cultura do povo em geral e ao longo do tempo a ciência médica se desenvolveu mais em benefício do alívio do que da cura. Claro é que também existe aí um forte interesse comercial. É o capitalismo falando alto sem dúvida alguma. O alívio serve para adular, vender comodidade etc...
Mas o alívio é ilusório bem a gosto dos que afirmam “ me engana que eu gosto”. A ilusão afinal faz parte da nossa existência e às vezes do nosso bem estar geral embora possa e cobre constantemente um preço alto.
Combater sintomas é medicar visando alívio. Febre, dores, sangramentos, cansaços, tosse, paralisias, formigamentos, calafrios, falta de ar, pressão sanguínea baixa ou alta, diarréia, prisão de ventre, inchaços, queimações, manchas, insônia, entumecimentos, rigidez etc. são sinais ou sintomas que indicam a presença de uma patologia, são mal-estares, não são a própria doença. São mecanismos de defeza do nosso organismo, mecanismos que nos alertam que algo vai mal, há um desequilíbrio, há uma desfuncionalidade. Combater a febre por exemplo é o mesmo que matar ou mandar prender ou silenciar uma sentinala do castelo. Mas é sob essa lógica que pessoas vivem e é sob essa lógica que a medicina alopática se desenvolve melhor em resposta.
Os sintomas não apenas nos avisam de um perigo, eles também disparam mecanismos internos para restabelecer o equilíbrio do organismo, mecanismos ainda pouco e mal conhecidos infelizmente. Quando temos febre por exemplo, ela sinaliza a muitos mecanismos de defesa entrarem em ação. Células fasgocitárias, outras portadoras de anti-corpos dirigem-se ao foco da lesão, entram em ação hormônios, enzimas, células produtoras de proteínas, açúcar armazenado no fígado entra sangue para fornecer energia, o coração bombeia sangue mais rápido...além de outros mecanismos mal conhecidos serem acionados. A doença e cura se desenvolve em um determinado ciclo. Quando o ciclo se fecha, todo o processo passa a constituir um aprendizado de defesa do organismo e é arquivado em centros de memória tecidual. Este é um dos princípios da evolução das espécies. A evolução caminha sempre para um aprimoramento. Temos em nossas células uma história bioquímica armazenada em memórias. Pessoas muito resistentes a doenças tem uma longa história bioquímica de aprendizado. Quando, porém, o ciclo é interrompido por analgésicos que interrompem a febre, a sinalização para movimentação das defesas também é interrompido, os antibióticos também as interrompem, e ao invés, deixam os germes invasores sobreviventes mais resistentes ao longo do tempo. Nesse caso os germes é que se desenvolvem aprendendo a se defender. Numa próxima ocasião, eles atacarão com mais virulência e encontrarão um organismo menos apto a se defender, será preciso mais antibióticos... cria-se uma dependência crescente aos antibióticos que precisam ser cada vez mais fortes, e por conseguinte mais tóxicos, o que vai debilitando ainda mais o organismo da pessoa com o passar do tempo. Isso explica por que as pessoas hoje em dia estão cada vez mais doentes, o porque de haver mais alergias e outras doenças crônicas.
Com a moderna medicina alopática, mais preocupada com o lucro e venda de comodidades, a história da saúde do homem entra na fase do declínio. Caminhamos no sentido de ter gerações cada vez mais frágeis. Os princípios da evolução das espécies são bem conhecidos hoje em dia pela ciência e é sabido que evolução se desenvolve segundo um esforço, maior esforço, máximo esforço se possível para se conseguir adaptações.
A população em geral evita esforços sempre que possível, isso é natural dela. Com os apelos e a filosofia do mercado moderno, as pessoas estão cada vez menos propensas a fazer qualquer esforço sempre que possível e os médicos ajudam a empurrar a evolução escada abaixo, são coniventes, são cúmplices e nisso traem o juramento de Hipócrates que prestam quando entram na Faculdade.
Tudo isso é o que se ganha quando se privilegia o alívio sobre a cura, quando se combate os sintomas primordialmente sobre a doença.
Uma cirurgia neste contexto, não representa uma cura mas seu oposto: um fracasso. Está se
retirando, removendo o que não se pôde curar. Tanto é verdade que quase não há cirurgias sem sequelas, algumas toleráveis outras sérias. Entre as sérias está a remoção total do estômago ou intestinos. Não há quase cirurgias inconsequentes. Uma das inconsequentes é a retirada da apêncice vermiforme quando esta se inflama e causa apendicite. A retirada das amídalas, da vesícula biliar, as cirurgias dos ouvidos em casos de "labirintite" (cujo nome correto é Labirintopatias), as de hérnia do Hiato (esôfago-estômago) e muitas outras, deixam sequelas importantes por isso é inconsistente dizer-se como dizem, que são "cirurgias curativas." Sempre que uma cirurgia for recomendada, é aconselhável procurar-se uma segunda opinião ou procurar uma outra terapia... A Homeopatia, por exemplo, cura essa doenças
É claro que esse artigo não é um discurso em defesa do fanatismo, da radicalidade ou do masoquismo quando sugere um pouco de paciência e não fugir tão apressadamente da dor. É apenas um alerta para que se vá mudando de direção os tratamentos médicos... e o comportameto social. É preciso saber que em questões de saúde o hedonismo enfraquece e vai matando lentamente. (ler artigo "O Cérebro dos Humanos")
Há alguma ciência médica que possa reverter esse quadro de involução ? Há sim, e é a Homeopatia. Aprenda o que puder sobre ela. Esse blog se propõe a isso embora no momento pareça ser apenas uma pequena voz no deserto.
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Ramutis Idika – Homeopata – Ortomolecular – Fitoterapêuta (tel. 3439-1516)
Esse artigo faz parte de uma série intitulada “Respostas Francas sobre a Saúde”
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